Sou apaixonada pela internet, confesso. Durante muito tempo tive dificuldades em admitir meu vício, mas tendo em vista que ela foi uma de minhas aliadas durante o período mais difícil de nossas vidas, vou usá-la para, quem sabe, poder ajudar outras pessoas que passaram ou estejam passando pelo mesmo momento tesmpestuoso.
Sou casada há dez anos com Eduardo, e desse amor nasceu a Isabela, hoje com cinco anos de idade.
Até os quatro, a Isa nunca tinha apresentado um episódio mais sério de saúde, mas chegando aos cinco aninhos, o terror invadiu nossa casa.
Em meados de setembro de 2011, a Isa teve uma convulsão que a deixou inconsciente por várias horas. Levada ao hospital ela foi diagnosticada com uma malformação venosa no terceiro ventrículo do cérebro e outra no lobo frontal direito.
Daquele momento em diante nossa trilha para compreensão e busca de soluções havia começado. Foi um longo caminho percorrido, pois inicialmente foi muito difícil entender qual seria a melhor solução, já que a cada consulta ouviamos opiniões diferentes.
O cavernoma em si pode ser considerado uma malformação inofensiva, desde que esteja numa área menos letal, digamos. Contudo, no caso de nossa filha, a localização significava iminente risco à vida dela.
O terceiro ventrículo é uma das quatro cavidades preenchidas por um fluido que compreendem o sistema ventricular no interior do cérebro humano. Está situado entre os dois tálamos e é preenchido por líquido cefalorraquidiano (liquor), sendo responsável por funções tais como:
- Regular determinados processos metabólicos e outras atividades autônomas.
- Secreção de neuro hormônios.
- Controla a temperatura corporal, a fome, sede, sono e os ciclos circadianos (ritmo circadiano).
- Importante na homeostase corporal.
- É o principal centro da expressão emocional e do comportamento sexual
- Produz também o hormônio sholeordofina que estimula o crescimento da cabeça.
O fato é que com muita persistência e busca para compreender o que nossa filha tinha, acabamos por escolher um médico que realmente sabia o que estava fazendo.
Após 40 dias mergulhados em pesquisa, currículos, discussões e várias noites em claro - afinal era nosso bebê - encaramos uma cirurgia de ONZE horas! Até agora, não sabemos como aguentamos. Na verdade, sabemos sim: foi com muita fé e com o apoio das pessoas que não subestimaram nossa aflição.
Hoje a Isa está perfeita, sem nenhuma sequela. Quem a conhece nem imagina o que ela passou!
Isabela curtindo uma viagem após a cirurgia. Perfeita!
Catarina - mãe da Isa
